Propostas da Arte Portuguesa. Posição: 2007
Livro editado por Miguel von Hafe Pérez,
volume IX da Colecção Público / Serralves
Com textos e imagens das obra dos artistas:
Manuel Santos Maia (http://manuelsantosmaia-alheava.blogspot.com/)
Arlindo Silva,
André Cepeda,
Carla Filipe,
Eduardo Matos,
Isabel Carvalho,
Mafalda Santos,
Carla Cruz,
Ângelo Ferreira de Sousa,
Ricardo Valentim,
Pedro Paiva e João Maria Gusmão,
Marta de Menezes,
Pedro Barateiro,
Bruno Pacheco.
Carlos Bunga,
Carlos Correia,
Carlos Lobo,
Daniel Barroca,
Edgar Martins,
Hugo Canoilas,
João Serra,
Ricardo Jacinto,
Sancho Silva e
Sónia Almeida.
Ensaios de:
Miguel von Hafe Pérez – Posição: 2007
Slavoj Žižek – Golpes contra o Império?
Charles Esche – Propostas modestas ou por que razão “A escolha é limitada ao modo de delapidação das riquezas”
Rebecca Gordon Nesbitt – Explorar os meios de produção
Boris Groys – A solidão do projecto
Hito Steyerl – Política da Verdade: O documentalismo no campo da arte
Peter Osborne – Recepção na distinção: tempo arte e tecnologia
Propostas da Arte Portuguesa. Posição: 2007 traça um percurso através da obra de um conjunto de artistas que utilizam meios tão diversificados como a pintura, a escultura, o vídeo, o desenho, a instalação, a fotografia ou a performance para demarcarem territórios de uma singularidade absoluta.
Este livro propõe uma reflexão sobre os modos de produção e partilha da arte contemporânea, a afirmação dos artistas enquanto criadores de plataformas de visibilidade própria e o impacto da utilização da imagem em movimento na produção e recepção da arte actual.
Apresentação do livro por Miguel von Hafe Pérez, crítico de arte e comissário de exposições, actualmente responsável pelo projecto www.anamnese.pt da Fundação Ilídio Pinho, onde integra o Conselho das Artes que está a constituir uma colecção de arte contemporânea portuguesa.
Propostas da Arte Portuguesa. Posição: 2007 estará disponível no dia 30 de Abril juntamente com o Jornal Público.
30.04.2007
http://jornal.publico.clix.pt/
O nono volume da Colecção de Arte Contemporânea PÚBLICO Serralves, de Miguel von Hafe Pérez, apresenta 26 artistas que utilizam meios tão diversificados como a pintura, a escultura, o vídeo, o desenho, a instalação, a fotografia ou a performance para afirmarem a sua individualidade.
Hoje com o PÚBLICO por apenas mais 12 euros
As criações de 26 artistas portugueses dão corpo ao livro Propostas da Arte Contemporânea. Posição: 2007, nono volume da Colecção de Arte Contemporânea PÚBLICO Serralves, que é distribuído hoje com o PÚBLICO.
A edição e coordenação da obra é de Miguel von Hafe Pérez, crítico de arte e comissário de exposições, actualmente responsável pelo projecto www.anamnese.pt da Fundação Ilídio Pinho.
As propostas axiais do livro, através das obras escolhidas e também dos ensaios seleccionados, são uma reflexão sobre os modos de produção e partilha da arte contemporânea, a afirmação dos artistas enquanto criadores de plataformas de visibilidade própria e, por fim, o impacto da utilização da imagem em movimento na produção e recepção da arte actual.
"Este livro aborda a produção de artistas visuais portugueses cuja posição no campo da criação contemporânea tenha ganho visibilidade nos anos mais recentes", diz Miguel Pérez a abrir o texto de introdução escrito para esta edição. E procede, mais à frente, à delimitação do campo de escolha:
"As propostas que esta publicação acolhe não representam aquilo a que a certa altura se convencionou apelidar de geração pós-2000, onde se incluiriam nomes como Filipa César, Francisco Queirós, João Onofre, João Pedro Vale ou Vasco Araújo, entre outros. O tempo, aqui, é outro. É do presente que se trata, não daquilo que no presente poderia significar, na minha opinião, o melhor que se está a produzir na arte portuguesa contemporâneas (...) É então o presente, com os seus protagonistas recém chegados, que aqui se contextualiza".
Os territórios trilhados pelos criadores, na sua grande maioria na casa dos 30 anos de idade, são múltiplos e diversificados, da pintura à escultura, do vídeo ao desenho, da instalação à fotografia e à performance. Na sua riqueza artística plural, são apresentados de forma "pensada", de acordo com "uma distribuição equitativa de espaço". Foi pedido a cada um dos artistas que elaborasse um curto texto destinado a contextualizar "a obra para quem dela não tivesse conhecimento extensivo". Pérez explica esta opção pelo facto de acreditar "firmemente que o discurso dos criadores, ainda que não se pretenda substituir à obra propriamente dita, pode constituir um elemento paralelo fundamental para alargar o modo como a apreendemos".
Em consequência desta escolha, o autor do livro recebeu de tudo: "directos", "equívocos", "tímidos", "assertivos" ou "falhados", os textos "destilam preocupações nem sempre detectáveis na obra e objectivos, apreensões e dúvidas que tornam o acto criativo mais próximo de nós, porque menos mitologizado ou heroificado".
Uma parte considerável da geração em que se filiam os artistas antologiados caracteriza-se pela sua maior "mobilidade territorial". Ou seja, muitos dos 26 artistas convidados a participar neste livro "contam no seu percurso profissional com estadias no estrangeiro", enquanto outros residem mesmo fora de Portugal.
Assim, visa-se através desta iniciativa que, ao reconhecimento internacional por via da exposição noutras culturas, se acrescente a partir de agora uma visibilidade nacional de que este livro se assume como peça essencial. Como escreve Miguel Pérez, "qualquer comunidade precisa de um mínimo de reconhecimento interno para se poder afirmar qualitativamente em qualquer contexto".
Os seis ensaios que integram Propostas da Arte Portuguesa. Posição: 2007 debruçam-se sobre questões em aberto nas sociedades contemporâneas.
Em Golpes contra o império?, Slavoj Zizek, investigador doutorado do Departamento de Filosofia da Universidade de Liubliana (Eslovénia), faz uma leitura dos efeitos do capitalismo tardio e da globalização na comunidade dos afectos e no modo como a adaptação ao mundo global interfere com o quadro de referência das liberdades individuais e colectivas.
O ensaio de Charles Esche (Propostas modestas ou por que razão "A escolha é limitada ao modo de delapidação da riqueza"), director do Van Abbenmuseum de Eindhoven (Holanda), propõe os conceitos de "autonomia comprometida" e "propostas modestas" como hipótese de catalizadores de possibilidades de acção alternativa às atitudes que apontam para uma inevitável integração nos mais básicos imperativos comerciais.
Os ensaios de Rebecca Gordon Nesbitt (escritora de ficção e não ficção que vive actualmente em Glasgow, Escócia) e Boris Groys (professor de filosofia e teoria da comunicação no Hoschshule für Gestaltung, em Karlsruhe, Alemanha), intitulados respectivamente Explorar os Meios de Produção e A Solidão do Projecto, problematizam modos de produção e circunstâncias de visibilidade na arte contemporânea. A primeira expõe uma reflexão detalhada da realidade dos artist run spaces no contexto inglês. O segundo apresenta um olhar incisivo sobre o conceito de projecto e da forma como ele condiciona todos os segmentos da sociedade contemporânea.
Os últimos dois ensaios tratam temas ligados à utilização da imagem em movimento no contexto da arte contemporânea. Política da verdade: o documentalismo no campo da arte é assinado por Hito Steyerl, ensaísta e realizadora residente em Berlim (Alemanha). Recepção na distracção: tempo, arte e tecnologia tem como autor Peter Osborne, professor de filosofia moderna na Middlesex University, em Londres, e editor do jornal Radical Philosophy.