ARTE & LEILÕES
Dezembro 2007
DOSSIER PORTO
PORTO EM PERSPECTIVA
“A cena Artística da cidade do Porto, com especial incidência no domínio da arte contemporânea, há muito que se destacou como uma das mais interessantes, dinâmicas e multifacetadas no panorama nacional. (…) Na tentativa de descortinar as suas especificidades, bem como a origem das motivações dos seus principais actores e alguns dos desafios futuros, lançámos duas questões a alguns dos seus intervenientes: Alberto Carneiro (artista),
A & L - Que opinião tem sobre o actual panorama artístico da cidade (no domínio da arte contemporânea)?
MANUEL SANTOS MAIA - Parafraseando o poeta e pintor Álvaro Lapa, num artigo do jornal Público, nos anos 90, respondo à questão, com a resposta que deu título ao artigo: “O artista sente-se mal”.
O artista sente-se mal num país que menospreza a cultura, “que não conhece que alma tem / nem o que está mal nem o que é bem” onde “tudo é incerto e derradeiro / tudo é disperso, nada é inteiro.”, sente-se mal numa cidade (des)governada que segue o país no que respeita à ausência de uma politica cultural e destrói o pouco que foi edificado num passado recente como por exemplo o Porto 2001, Capital Europeia da Cultura. Este é apenas um dos exemplos que comprova haver público para a arte contemporânea, um público que é merecedor de uma programação com qualidade e exige uma efectiva política cultural. Depois de
Enquanto dinamizadores de espaços, de exposições, de projectos de intervenção artística, de eventos (1); artistas como: Paulo Mendes, Rita Castro Neves, João Sousa Cardoso, Eduardo Matos, Mafalda Santos, Susana Chiocca,
A & L - O que poderá mudar no futuro?
MANUEL SANTOS MAIA - Se os senhores do poder mudarem, se existir uma política cultural, se os responsáveis pelos espaços expositivos institucionais forem competentes, sérios, empenhados e tiverem força e vontade suficiente para resistir a tudo o que os desvie dos objectivos das suas funções e responsabilidades, se os diversos agentes do sistema artístico realizarem um bom trabalho, se tivermos como referência a experiência do Porto 2001, de Serralves e dos muitos dos artistas-comissários, anteriormente citados, entre os quais destaco o artista-comissário Paulo Mendes; certamente poderemos contar com um melhor panorama artístico, teremos melhores criadores, agentes artísticos mais (in)formados e competentes, públicos mais exigentes e, num futuro, o Porto poderá ambicionar ser uma capital cultural europeia. No o futuro, muito poderá mudar. Mas hoje, (porque quem tem a responsabilidade e o dever de fazer, não o fez e não faz), ainda, há muito por fazer. Como pessoa clamou: “É a Hora!”
Por motivos que desconheço esta nota não consta no artigo “PORTO EM PERSPECTIVA”, que faz parte do DOSSIER PORTO.
Porque o tempo é propício a abstracções e impressões que favorecem verdades parciais e têm como consequência o desconhecimento desta realidade, aqui fica, com esta nota, a figuração do que foi anteriormente exposto.
(1) Espaços como: “W.C. CONTAINER”, “IN. TRANSIT”, “PÊSSEGOpráSEMANA”, “Apêndice”, “a Sala”, “Salão Olímpico”, “Mad Woman in the Attic”, “Caldeira
Eventos como: “brrr - Festival de Live Art”, “Arritmia – As inibições e os prolongamentos do Humano” realizado no Mercado Ferreira Borges, o circuito de exposições por ateliers de artistas “Pontos+de+contacto I, II, III”, “Quartel - Arte Revolução e Trabalho”,”Apagão”, “Imperial”, “Francesinhas Mentiras e Vídeo”, as mostras de performances “Situações Performativas” e o “Dia E Vento”, a mostra de desenhos “a dizer...”, a mostra de livros de artista “pag.
Colectivos como: “Sociedade Anónima”, “Cegonha”, “ZOINA”, “A Mula”, “
Projectos artísticos como “Projecto inter+disciplinar+idades”, “projecto XXS”, projecto interdisciplinar “Pattern”, “INTERNATIONALE KUNSTHALLE”, entre outros
exposições realizadas fora do Porto como “penso voltar” no Centro Cultural Emmerico Nunes, em Sines, “Primeiro Fim” realizada na Galeria Museu Nogueira da Silva, em Braga, “I like it hear can i stay?”, na Zé dos Bois, em Lisboa, “That will bring us together”, no Paço da Cultura, na Guarda, “Tivesse ainda tempo”, na Galeria Municipal de Fitares, em Sintra, “ancoragem”, na Galeria Glória Vaz , em Felgueiras, “a Sul....” nas Galerias Arco e Trem, em Faro e na Galeria Spatium, em Tavira, “ambiguiza-SE”, na Casa da Cultura em Elvas, “Imersão Parcial”, no Convento das Dominicas, em Guimarães, “representa; acção!”, na Galeria Casa dos Crivos, em Braga, entre outras.